PROJETO RECREIO DIRIGIDO

Para se ter uma idéia da importância do ato de brincar naconstrução do conhecimento é preciso que se observe uma criança brincando. É possível aprender muito desta observação. Se formos atentos e sensíveis,veremos os caminhos que ela trilha ao aprender, sem a intervenção direta doadulto. Brincando, a criança aprende a lidar com o mundo e forma suapersonalidade, recria situações do cotidiano e experimenta sentimentosbásicos.
Que as crianças adoram brincar não é novidade nenhuma, mas que cada vez mais elas precisam de auxilio até mesmo para isso é o que podemos perceber ao olhar os recreios infantis na maior parte das escolas. As brincadeiras, muito competitivas e agressivas acabam gerando conflitos entre os pequenos, e o que começa como brincadeira, muitas vezes pode acabar com muitos arranhões, queda e muitas brigas.
Quando a criança brinca (e o adulto não atrapalha), muitascoisas sérias acontecem. Quando ela mergulha em sua atividade lúdica, organiza-se todo o seu ser em função da sua ação. O interesse provoca ofenômeno e então, reúnem-se potencialidades num exercício mágico e prazeroso, levando a criança a exercitar sua capacidade deconcentrar a atenção, descobrir, de criar e, especialmente, de permanecer ematividade... É a aprendizagem pelo sentir, e não para obter determinadoresultado ou para possuir alguma coisa. A criança estará aprendendo aengajar-se seriamente, gratuitamente, pela atividade em si. Estão sendocultivadas aí, qualidades raras e fundamentais. Sem brincar, ela não vive ainfância.
Brincando, as crianças recriam o mundo, refazem os fatos, nãopara mudá-los simplesmente ou para contestá-los, mas para adequá-los aosfiltros da compreensão. E há dois tipos de filtros: o cognitivo e o afetivo.Algo pode caber ao cognitivo, mas não no afetivo. O brinquedo e o jogofacilitam o trânsito do cognitivo para o afetivo.
Para Piaget “as crianças só são livres quando brincam entre si dentro de suas faixas etárias “, sendo que o melhor brinquedo didático é outra criança, e juntas, então, verdadeiramente, criam e desenvolvem sua autonomia.
Assim sendo que, em 2007 a Escola Estadual Cecília Meireles – Matupá – MT partiu da concepção da importância do brincar e reorganizou O RECREIO. Partimos do princípio de que reorganizando os espaços para brincar, ser livre e feliz, o pátio da Escola, durante o recreio se transformaria no palco de muitas brincadeiras e de muitos brinquedos, ou seja, no mundo de fantasia das crianças.
Com o recreio reorganizado, os alunos brincam com crianças que saem do seu círculo de amigos e se misturam aos outros que são de fases diferenciadas, abrindo a possibilidade de melhor convivência através da tolerância. Se a criança que divide a brincadeira é menor, encontra-se aí uma boa oportunidade de também ensiná-la a brincar.
Após muitas reuniões e debates no ano letivo de 2007, a Equipe Pedagógica organizou os alunos respeitando a faixa etária e os distribui nos três espaços disponíveis com sombra.
Um grupo de alunos fica na Quadra de Esportes com atividades e jogos, outro fica na Área Coberta e outro na Sombra das árvores. Para cada grupo foi disponibilizado uma caixa contendo jogos e materiais próprios para as brincadeiras em cada espaço.
Também para cada grupo foi organizada a escala rotativa de atendimento por professoras. Ou seja, em cada espaço todos os dias tem uma professora que acompanha as brincadeiras durante o recreio.
Outro aspecto que queremos destacar é que na sombra, um dos espaços do recreio, a partir de março de 2008 a Escola começou a criar o Parque Infantil, visando se adaptar e atender aos alunos de seis anos.
Com muito esforço e colaboração da Equipe, conseguimos equipar este parque com uma Casinha de Boneca e o circuito de pneus para atividades de coordenação.

OBJETIVOS
Resgatar o brincar espontâneo como elemento essencial para o desenvolvimento integral da criança, de sua criatividade, aprendizagem e socialização;
Oportunizar às crianças espaços e brinquedos diferenciados para jogos, brincadeiras e recreações saudáveis na hora do recreio;
Repassar conhecimentos sobre de brincadeiras de rua;
Resgatar o brincar espontâneo como elemento essencial para o desenvolvimento integral da criança, de sua criatividade, aprendizagem e socialização;
Manter viva as tradições e a cultura dos povos, traduzidas no brinquedo;
Contribuir com o estabelecimento de relações interpessoais internas e externas às Fases e Ciclos;
Oportunizar espaços e momentos para o desenvolvimento da expressão artística (teatro, música, dança...).